segunda-feira, 2 de março de 2009

A despedida de um gênio

É amigo...
Eu dizia que seríamos novamente campeões mundiais, eu dizia que iríamos brilhar e que o quadrado iria fazer com muita qualidade a bola rolar. Não foi assim que ocorreu e logo ao perder para a elegante França na Copa de 2006, vimos que nossa seleção faleceu diante de 180 milhões de brasileiros que torciam por nossa seleção mais geométrica do que nunca.
Eu dizia também que era preciso acreditar no time de Parreira, pois era inegável que ele tinha belos jogadores em seu suposto time de futebol, time este que não soube lidar com a fama, sim amigo, todos ali já deveriam estar acostumados com os holofotes do sucesso, não havia mais meninos ali, pois até os possíveis meninos, na verdade já haviam se tornado homens da bola há tempos e já deveriam saber que ser um homem da bola no país que vivemos, é ser mais importante do que o nosso nem tão querido presidente Luís Inácio.
É amigo leitor, eu dizia com absoluta certeza que estaríamos em Berlim no dia nove de julho de 2006 para disputar mais uma decisão de Copa do Mundo, mas não foi o que Deus quis, se bem que na verdade Papai do Céu queria sim, já que dizem que ele é brasileiro, deveria estar torcendo muito por nós. Na verdade meu amigo, quem não quis foi um certo argelino naturalizado francês que não permitiu nosso avanço no mundial.
Isso mesmo, Zinedine Yazid Zidane, um dos maiores jogadores da história do futebol mundial. O maior sem sombra de dúvidas jogador que a França já teve, superando o também ídolo Platini, conseguiu eliminar a nossa seleção, mas na verdade ele não eliminou ninguém, vamos pensar com inteligência de quem deveria saber perder. Zidane apenas classificou sua tão querida e amada França, pois quem eliminou o Brasil do mundial foi justamente nós os jogadores, que não fomos vibrantes quando deveríamos ter sido e que não fizemos com que o todo estudo geométrico funcionasse de forma bonita e eficiente. O craque francês fez sua parte e mostrou igualdade, fraternidade e liberdade em seus movimentos e pensamentos com a bola no pé, fazendo assim sua apresentação naquela noite em Frankfurt, se tornar um espetáculo digno à sua majestade.
O Brasil é sim o país do futebol, com os melhores jogadores do mundo, mas amigo, vou te dizer uma coisa, bons jogadores não formam um equipe competitiva caso não tenhamos vontade, força e espírito de luta para brilhar e sorrir após cada batalha. É belo ver o Gaúcho, o Kaká e o Ronaldo, mas é muito mais belo vê-los com a força do Thuram, com a determinação do Vieira e com a inteligência do Zidane.
A França não tinha quadrados, triângulos ou círculos, apenas tinha vontade de ser campeã, tinha brilho nos olhos de cada um dos seus soldados que fizeram de um jogo de futebol um desfile elegante e mágico, com modelos da maior qualidade e dignidade.
Pois é meu amigo, as criticas sem dúvida surgiram na época e se o assunto for levantado hoje, elas irão reaparecer sem piedade, mas sinceramente não concordo com as coisas que disseram e ainda podem ser ditas sobre nossos soldados que não souberam acender o brilho e a luz que na verdade ainda não haviam iluminado os corações dos torcedores durante o mundial. Acredito sim que houve muitos erros, desde a preparação para a Copa até o dia em que voltamos para casa. Mas não podemos crucificar pessoas que num ontem nem tão distante assim ou até mesmo amanhã ainda iremos enaltecer.
O futebol tem disso, por isso é tão mágico e apaixonante, nada é exato, absoluto e toda surpresa pode ser esperada, por isso é mais do que um esporte, é uma paixão, é amor que começa lá na Argélia quando pequeno, que começa em qualquer lugar do mundo, quando ainda se é uma criança sonhadora e não termina nunca, pois sempre estará no coração de quem pratica ou apenas observa o show.
É amigo querido, futebol é coisa séria, assim como amor... Futebol é dor assim como a morte, futebol é vida, é espetacular assim como foi a despedida de um gênio chamado Zidane.

Anderson

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