terça-feira, 3 de março de 2009

A temperatura das palavras

Palavras possuem uma temperatura muito particular, podem ser quentes se forem românticas, podem ser quentes quando forem ofensivas, tudo depende da maneira que se ouve, que se lê e é claro, que se transmite. Posso te levar pra cama e te dizer coisas bonitas, mas também posso te dizer na mesma cama coisas que vão chegar fervendo aos teus ouvidos, mesmo que sussurrando, consigo te fazer pegar fogo através de palavras. Posso com as mesmas palavras da cama, te ofender, e nem por isso vou deixar de te esquentar, posso usar palavras semelhantes para definir sentimentos diferentes, posso usar palavras iguais para determinar calores distintos, posso te chamar de puta e te acolher em meus braços, tocar seus lábios e acariciar seus seios, sua bunda, posso te fazer minha, posso te sentir quente assim, mas também sou capaz de brigar com você numa bela tarde em pena praça pública e te chamar de puta de novo, mas só que agora eu te esquentei e posso me queimar com teu fogo aceso, pois ao te chamar assim, jamais você viria aos meus braços, só se realmente fosse uma puta, do tipo que gosta de apanhar de malandro falastrão, mas não, você vai receber minha palavra como uma ofensa quente e nada calorosa, por isso sua reação será diferente de quando te levei pra cama há duas semanas atrás.
O calor de minhas palavras carrega consigo a intenção, a maneira, se te chamar de puta com jeitinho te ganho, se te chamar de puta com jeitão te perco, posso ser doce com você através de uma simples palavra, que pode ser terrivelmente azeda de acordo com a forma que vos envio.
Enfim, vou parar por aqui, estou ficando com medo, algo me diz que posso receber de você uma palavra que terá um calor nada sexual, então... Au Revoir!

Anderson

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